Meio milhar de cavalos em competição e exposição na Expolima. Câmara local já pondera avançar com projecto de ampliação do recinto, atendendo à grande procura de cavaleiros e criadores.
A Feira do Cavalo, que se realiza este ano pela segunda vez em Ponte de Lima, no recinto da Expolima, atingiu já o patamar da internacionalização, com a representação no certame de associações e produtores da Bélgica, Inglaterra, Espanha e França. Em competição estão, até amanhã, mais de 300 cavalos e 200 cavaleiros, de todas as idades e vindos de diversos pontos do país, mas o número de animais supera o meio milhar os que se passeiam e são exibidos na feira.
No sector de exposição, estão instalados quarenta stands, com todo o tipo de produtos e serviços associados ao mundo equestre, além de outros sectores e de uma zona de exibição de várias raças autóctones, desde o cavalo Garrano, ao porco Bísaro, burro mirandês, ovinos e caprinos. A organização fala de "uma feira ao mais alto nível" e já com lotação esgotada.
"Os melhores criadores do país estão cá e há outros que não vieram porque não há espaço. Vêm depois, durante o fim-de-semana, sem os cavalos", revelou o presidente da Feira do Cavalo, Filipe Pimenta, acrescentando que além da forte presença lusa, também estão representadas na Expolima " as associações do cavalo belga, inglesa e francesa, e criadores de cavalo Lusitano espanhóis".
"Esta feira está lançadíssima porque além de um certame nacional ao mais alto nível, já tem carisma internacional", sublinhou.
Ao segundo ano de realização, a Feira do Cavalo de Ponte de Lima, tem como novidades, além da final da Taça de Portugal, a introdução do modelo em andamento da raça Lusitana para machos e fêmeas e a admissão de reprodutores de Garanhões.
A projecção deste evento dentro do sector em Portugal e além-fronteiras, a procura do recinto de Ponte de Lima, também para outros eventos que não apenas o desporto equestre e feiras, associado ao fenómeno do crescimento a nível nacional e na Europa do turismo equestre, levaram a Câmara Municipal local a pensar na possibilidade de ampliação e melhoria de condições de acolhimento no espaço Expolima.
"Queremos perspectivar esta infra-estrutura, com eventual ampliação de outras estruturas complementares, para tornar este espaço, talvez no centro mais importante de Portugal a nível de desporto equestre. Vamos ver se conseguimos essa energia para levar por diante esse projecto", declarou ao JN o autarca Daniel Campelo, referindo que entre várias ideias há as de "criar picadeiros cobertos, aumentando a capacidade de recepção de cavalos, e ampliar o espaço para criar escolas de equitação".
"Temos aqui cerca de 500 cavalos, entre os quais trezentos e tal nas competições oficiais, temos um problema que é alojar ao mesmo tempo tantos animais. Era importante criar possibilidade de acolhimento de uma forma mais permanente e não ter de alugar todos os anos 'box' móveis", justificou.
Ontem, nos dois picadeiros da Expolima, um para aquecimento e outro para a competição, o movimento de cavalos e cavaleiros era constante, apesar do forte calor que se fazia sentir. Filipa Cerejeiro, 14 anos, cavaleira "a sério há um ano", contorcia as mãos de nervoso. Ainda ontem iria realizar a sua primeira prova para a final e o coração trotava a galope. Envergonhada perante a presença do pai, Manuel Cerejeiro, um antigo piloto de Carcavelos também criador de cavalos raça Lusitana, Filipa diz que "gostava de ficar bem posicionada" na competição e que o que mais aprecia na sua arte "é a compatibilidade entre o cavalo e o cavaleiro".
Joaquim Fernandes, 43 anos, professor de equitação há 23, tem treze dos seus alunos a competir no recinto de Expolima. "Espero este ano ter campeões. Um vice-campeão, pelo menos, em níveis diferentes", diz de olho atento aos jovens, dos dois sexos, que trotam no picadeiro em preparação para a competição.